Os jornais de antigamente, quando escreviam uma notícia criminal, por exemplo, era por vezes aumentada ou até inventada para chamar atenção dos leitores.O primeiro jornal sensacionalista dos EUA surgiu em 1690, chamado “Ocorrências Públicas”. O jornal vendia muitos exemplares, era racista, preconceituoso. As notícias eram muitas vezes falsas. “As pessoas sempre se interessavam por este tipo de matéria: Um crime pavoroso: seis crianças assassinadas por sua mãe”. E o subtítulo: “E jogadas numa fossa”.
Mas, por que este tema chamava e ainda chama tanta atenção das pessoas? Por que os relatos de tragédia e mortes é um motivo para comprar o jornal e lê-lo? Curiosidade? Medo? Segurança? E mais: Até que ponto os meios de comunicação podem estimular a violência social ao usar sensacionalismo na cobertura de matérias jornalísticas?
Com relação à História da Imprensa no Brasil, ela esteve marcada por fatos violentos contra a censura. Esta relação violência/imprensa esteve presente desde a segunda metade do século XIX, quando relatava grandes modificações sociais que estavam acontecendo, como a Abolição da escravatura, Proclamação da República, etc. Logo em 1808 se estabelece a Imprensa Régia no Rio de Janeiro. Em seguida, a Gazeta do Rio de Janeiro e, assim por diante, os jornais foram surgindo. Nesse contexto, a censura sempre existiu perante o mando da coroa que pretendia manter todos sob seu comando e domínio.
Só em 1821, surge o Diário do Rio de Janeiro que noticiava o cotidiano da comunidade e já salientava um misto de sensacionalismo nas páginas junto aos anúncios de venda de escravos, jumentos etc.
Podemos exemplificar, com uma notícia do início do século que demonstram a abordagem da violência e o sensacionalismo dos fatos e, que mesmo assim, seguiam para as pautas e textos jornalísticos, segundo exemplificou Alexino em Sensacionalismo e Violência na Mídia:
“Mulher fraticida por ciúmes. Em Pernambuco no logar denominado Poças deu-se um assassinato entre dois irmãos. Maria e Jovina, de 16 e 19 annos sahiam de casa a buscar água (...) sendo que Jovina foi encontrada com o corpo curvado com 24 canivetadas. Maria conta que Jovina fora esfaqueada por um preto mas logo que Jovina recobrou a falla revelou que fora a própria irmã que a ferira (...) O motivo era o ciúme do casamento que ella Jovina ia contrtahir”. (Província de São Paulo, janeiro de 1879).
Apesar do tempo que nos distancia desta notícia, continuamos a presenciar diariamente pautas com abordagens sobre violência que dramatizam a sociedade. Abordar a questão da imagem que a imprensa cria acerca da violência e de que forma esses fatos afetam o olhar, a vida e a relação do indivíduo com o mundo, implica uma série de fatores. O principal é se perguntar, o que é o jornalismo e como ele deve ser “feito” para uma sociedade.
Analisamos a tendência ao fato violento e o destaque ao sensacionalismo em alguns jornais, o espaço reservado à publicação de temas relacionados ao crime e à violência; se há pressupostos sensacionalistas e/ou comerciais.
Jornal da Manhã: Manchete sobre violência no primeiro exemplar da semana.
Jornal da Manhã: manchetes destacando a criminalidade na cidade
Jornal da Manhã, subtítulos com tons sensacionalistas – ‘Roleta Russa’
Com aos trechos de jornais observados, a imprensa de certa forma cria uma imagem da violência equivocada em função da forma como são veiculadas as diversas práticas violentas. O jornalismo deveria se regularizar como agente vigilante da sociedade divulgando e intermediando publicamente, sempre a favor de uma comunidade. A veracidade da notícia é ainda o fator mais importante em sua transmissão. Não há dúvidas de que o jornal desempenha um papel determinante na vida da sociedade. “Enquanto serviço público, isto é, serviço do povo, a comunicação social deve ser um ‘poder ético’, garantindo, assim, ao povo um preceito constitucional que, muitas vezes, não passa de letra morta: o direito à informação” (NEIVA, 1998).
Em questão de gênero, Jornalismo de Serviços é “a matéria jornalística em que, supostamente, se presta algum tipo de serviço ao público não se encaixam em um gênero determinado e nem sequer dentro de uma das duas categorias, informativa e opinativa. Tanto uma reportagem como um comentário econômico podem ser de extrema utilidade pública, à medida em que neles estiver embutida a intenção de esclarecer, orientar ou mesmo despertar a consciência do telespectador quanto a um problema qualquer . Não importa, portanto, que o assunto abordado...” (Temer 2007).
Segue abaixo algumas definições de Jornalismo de Serviço, com críticas a favor e contra:
"Pode ajudar o consumidor a exercer a sua cidadania, pois as mudanças na 'maneira de consumir alteraram as possibilidades e as formas de exercer a cidadania' (TEMER, 2007). Ou seja, consumo cidadão passa a ser uma forma de participação em uma sociedade em que a distinção socia feita pela apropriação de bens materiais e imateriais.
Contrariando, outros dizem que: “É a ideologia do “não-conflito” somada à prática de transformar as notícias em prestação de serviço”, ou “uma forma de esvaziar o real, o contraditório, o polêmico, inocentando o próprio sistema” ou " uma forma de esvaziar o real, o contraditório, o polêmico, inocentando o próprio sistema" (Marcondes Filho).
Fonte: http://sensacionalismo.sites.uol.com.br/home.html
http://www.levs.marilia.unesp.br/
Matéria muito bem escrita e história muito prazerosa de ser lida
ResponderExcluirMuito prazerosa de ser lida[2] hehe
ResponderExcluirRealmente desde o inicio do jornalismo as pessoas parecem que tem fanatísmo por trajédias, infelizmente! É o que vende, é o que chama atenção...
Muito bem abordado o tema, estão de parabéns!
Aguardamos também uma visita de vcs no nosso blog: www.informeparasita.blogspot.com
Beijos!