segunda-feira, 8 de junho de 2009

Jornalismo Moderno = Cultura Comercializada?

Algumas delas foram a implantação da propaganda nas publicações, pelas grandes tiragens, do uso de linguagem objetiva, além do surgimento de fortes grupos editoriais que monopolizavam o mercado. Porém, também teve como herança do Jornalismo de Ideias – já retratado aqui – a capacidade argumentativa, disseminação de ideias libertárias, dentre outras.

Outro fator marcante foi a utilização da impressora a vapor, que possibilitou a produção em massa. A partir daí, nos Estados Unidos, surgiram os jornais de penny (baratos e populares), cujo primeiro representante foi o New York Sun.

Empresários
* EUA – William Randolph Hearst (1863-1951) e E.W. Scripps (1854-1926) construíram imensas cadeias de jornais.
* Hearst inspirou Orson Welles a produzir o filme “Cidadão Kane” (1941).
* Os produtos da cadeia Hearst foram atacados como “imprensa marrom” e os de Scripps, como “liberais pró-trabalhistas”. Imprensa marrom (yellow journalism) é o jornalismo que busca o sensacionalismo e a audiência, aumentando as vendas com a divulgação de crimes e acontecimentos "apelativos”.

Com a revolução do capitalismo, evolução tecnológica, e o fortalecimento da alfabetização, o jornalismo moderno surge também como indústria cultural, termo criado pelos teóricos Theodor Adorno e Max Horkheimer, para definir a conversão da cultura em mercadoria.

A relação entre jornalismo mercadoria e indústria cultural também pode ser interpretada como fonte de divulgação de cultura por meio de publicações, vendendo assim a novidade ao público e rendendo lucros para ambas as empresas (jornalística e cultural). Porém, o Jornalismo Moderno também comporta a característica de tratar a cultura como produto, vendendo-a na imprensa como um meio comercial, em que o público torna-se consumidor e gera lucro desses 'produtos'. Aí, fica na questão se o público consome o “produto” porque realmente gosta ou pela forma que ela é divulgada: De tanto chamar a atenção ou de tanto ver/ouvir a mesma propaganda várias vezes.
Grandes sucessos como Beatles, Elvis Presley, foram frutos de propagandas na TV, que na época foi um estouro e todos queriam seguir o que passava na telinha. Hoje não é diferente, visto que muitos grupos musicais ou muitos autores de livros fazem sucesso não somente pelas suas qualidades, mas também envolvendo dinheiro, poder, e manipulação de empresas para que gerem audiência e lucro.

Uma composição do grupo Nação Zumbi retrata essa questão da propaganda manipular o consumidor, em que o Jornalismo Moderno de certa forma ajuda devido à questão de campanhas publicitárias nos jornais e revistas.

Trecho da Música “Propaganda”
Comprando o que parece ser / Procurando o que parece ser
O melhor pra você / Proteja-se do que você vai querer
Para as poses, lentes, espelhos, retrovisores / Vendo tudo reluzente
Como pingente da vaidade / Enchendo a vista, ardendo os olhos
O poder ainda viciando cofres / Revirando bolsos
Rendendo paraísos nada artificiais / Agitando a feira das vontades
E lançando bombas de efeito imoral / [...]
Sua propaganda não vai me enganar
Como pode a propaganda ser a alma do negócio
Se esse negócio que engana não tem alma [...]
Você é a alma do negócio
Necessidades adquiridas na sessão da tarde
A revolução não vai passar na TV, é verdade [...]
Corro e lanço um vírus no ar / Sua propaganda não vai me enganar
Eu vi a lua sobre a Babilônia
Brilhando mais do que as luzes da Time Square
Como foi visto no mundo de 2020
A carne só será vista num livro empoeirado na estante
Como nesse instante, eu tô tentando lhe dizer
Que é melhor viver do que sobreviver
O tempo todo atento pro otário não ser você
Você é a alma do negócio, a alma do negócio é você
Corro e lanço um vírus no ar / Sua propaganda não vai me enganar

http://www.introducaojornalismo.blog-se.com.br/

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